Segurança

Abuso Sexual

Por Katia Aparecida Precoma – Psicóloga Clínica CRP/SP 06/85374

O assunto voltou a ser pauta, após ser abordado em uma novela da Rede Globo no horário nobre. Acontecimentos graves na infância, como abuso sexual, por exemplo, podem acarretar traumas que irão impactar no desenvolvimento deste indivíduo com sequelas na fase adulta. O abuso sexual infantil, infelizmente, é uma situação muito mais comum do que parece, resultando no surgimento de diversos problemas de caráter emocional, agravados, muitas vezes, pelo fato de que alguns pais não acreditam no relato dos filhos ou pior ainda, os abusos ocorrem no contexto intrafamiliar, em certos casos, um ciclo de abuso que ocorre a tempos dentro de uma família.
As mudanças comportamentais comuns observadas em crianças vítimas de abuso sexual são: amadurecimento sexual precoce, agressividade, submissão, taquicardia, tonturas, dores abdominais, além das consequências emocionais como medo, depressão, ansiedade, sentimento de culpa, isolamento e transtornos de personalidade. Podem ocorrer em diferentes contextos, pois cada criança desenvolve um comportamento, conforme sua vivência e experiências.
A criança, que sofre abuso sexual, na fase adulta poderá se tornar uma pessoa sem controle sobre seus relacionamentos e de fácil manipulação. A imaturidade também pode se manifestar na fase adulta, pois a vítima sente que não foi cuidada, resultando em uma procura por cuidado, de maneira inconsciente, através de comportamentos imaturos com os pais, cônjuge e outras pessoas de sua convivência. Também é provável que desenvolva comportamentos agressivos consigo mesma e com o outro. Devido à tendência ao isolamento, na fase adulta, a vítima terá dificuldade em expressar seus sentimentos e pensamentos. Geralmente, apresenta dificuldades em se entregar sexualmente ao parceiro e incômodo ao explorar o próprio corpo.
Uma vez que os sintomas já tenham se instalado podem evoluir para transtornos de ansiedade e de estresse pós-traumático crônico, depressão, baixa autoestima, falta de cuidado consigo, dificuldade de concentração e aprendizagem, hiperatividade, abuso de álcool e drogas, agressividade, transtornos alimentares e compulsões sexuais.
No consultório às vezes recebemos casos em que a criança não consegue verbalizar o abuso, ou até mesmo adultos que foram abusados na infância e precisam de um tempo de terapia para relatar o ocorrido. São muitos os motivos que não tornaram públicas essas denúncias, entre elas a forma de educação recebida, a maneira como ocorreu o abuso e o vínculo familiar muitas vezes, por medo das ameaças do abusador, por vergonha, e por achar que ninguém acreditaria.
Na psicologia através da aplicação de testes ou até mesmo em sessões lúdicas com crianças, podemos criar recursos para que ela se recorde do abuso ou o verbalize, através de jogos e de brincadeiras.
O que é importante saber? A criança nunca tem culpa. Não duvide, diante da escuta de um relato de abuso de uma criança, procure ajuda profissional ou denuncie através do Disque 100, ou de serviços disponíveis em sua cidade, como Conselho Tutelar e Delegacia de Defesa da Mulher.

Katia Aparecida Precoma – CRP/SP 06/85374
Psicóloga Clínica, atendimento criança, adolescente, adulto e casal. O consultório fica localizado na Rua 5 de Julho, 697 – sala 4 – Centro. Mais informações pelo (19) 99624-3734 ou no e-mail katiaprecoma@hotmail.com

Notícia Anterior

Hábito de leitura: você tem?

Próxima Notícia

Dificuldades do dia a dia do Exercício da Advocacia