Elias Mineiro solta a voz
Cantou para os amigos até ter coragem e fazer o que gosta em tom profissional
Sempre eclético no seu estilo de vida, tanto nos afazeres como no momento de fazer o que mais gosta que é cantar, Elias Faria, conhecido como Elias Mineiro, é no mínimo alguém que mereça ser conhecido. Veio ao mundo para chacoalhar os mais inertes e dar a sua contribuição. O funcionário público de 55 anos, anima festas como cantor em Indaiatuba e região há dez anos em caráter profissional. E faz pelo prazer. Tanto é que dispensou o cachê várias vezes em prol do voluntariado.
Mesmo assim, se empolga durante uma apresentação que leva em torno de 4h a 6h, sem intervalo, que é para não desincorporar o personagem ao palco e não desaquecer a voz. Em seu repertório variações mil conforme o público. Não é performático, usa apenas um chapéu. Do Sertanejo e suas denominações, ao Forró, Samba, passeia pelo Rock nacional e internacional em épocas diversas. Não toca instrumento, seu acompanhamento é um som mecânico. Agrada a todas as idades.
Antes de cantar profissionalmente, mesmo no período em que Elias Mineiro classifica como sendo um hobby lucrativo, dava ‘shows’ entre os amigos. De elogio em elogio, ele deu um pontapé na coragem, comprou equipamento de primeira e começou. Ou melhor, encantou. Autodidata da música, diz que, vez ou outra, faz apenas um aquecimento que aprendeu com uma fonoaudióloga.
Anterior à vocação remunerada, ‘Mineiro’ cantou muito tempo no coral da Igreja Adventista que frequentava. As vozes fervorosas de alguns templos religiosos formam muitos cantores. E não foi diferente. Na família, todos apreciam o canto. A esposa, o casal de filhos, que prefere tocar instrumento. De 1974 até 2013, também atuou na formação da mão de obra especializada em cavalo. Atualmente, tem um projeto ‘Futuro a Galope’ junto à Prefeitura para tirar meninos em situação de vulnerabilidade social para empregar no meio.
Mas a paixão que durou quase 40 anos deixou de lado, – não de escanteio, mas voltou para Indaiatuba para seguir cantando. “Se eu pudesse viveria só da música”, dispara. Ele passou um período em Jacareí, no interior paulista, onde recebeu uma proposta interessante para cuidar de um haras. Mas, recusou após trabalhar por um ano, de licença no Serviço Público. Paralelo à cantoria, também joga bola na posição de centroavante, informalmente, com um grupo de amigos. Já atuou em campanhas políticas. No entanto, no seu coração, as cordas vocais falam mais alto. E cá ele está, cantando, trabalhando, voluntariando e sendo feliz.
Por Tarcila França
Fotos: Divulgação