Bate Papo

Suraya Werninghaus

Cirurgiã-dentista dá exemplo de como a vida é preciosa e merece ser vivida

POR LARISSA FERREIRA Fotos:  Arquivo pessoal

Suraya Chahine Werninghaus tem 63 anos e é proprietária da Stern Odontologia. Em seu segundo casamento, desde 2002, a doutora, que é católica, mas não praticante, tem quatro filhos (dois de coração) e é avó de seis netos. Natural de São Paulo, Suraya conta a sua história, com muito orgulho, à Reportagem da Revista Exemplo® Variedades.

Revista Exemplo® – Como foi a sua infância?
Suraya – Somos em cinco irmãos, quatro meninas e um menino, filhos de italiana e libanês. Minha mãe estudou até o quarto ano do Primário, era funcionária da Biotônico Fontoura. Meu pai (falecido em 2003), pouco sabia ler ou escrever. Foi pastor de ovelhas no Líbano e, até um certo tempo, mascate no Brasil. Depois, conseguiu ter uma loja de móveis e criar os seus cinco filhos, em São Vicente.

RE® – Por que você escolheu a odontologia?
Suraya – Tudo começou, quando um dia meu pai chegou em casa, eu tinha por volta dos 14 anos, com um pretendente para eu casar. Me escondi debaixo da mesa e disse que não queria. Ele falou que tudo bem, se eu não queria isso, precisaria estudar. A partir daí, só fazia isso. Prestei Vestibular para medicina e entrei, mas não era o que eu queria. Seis meses depois, prestei Vestibular para odontologia e consegui entrar na Faculdade de Odontologia de São José dos Campos, que depois tornou-se universidade. Fiz quatro anos de faculdade em período integral.

RE® – Como começou a profissão?
Suraya – Saindo da faculdade, logo que me formei, fui apresentada para uma pessoa que me deu a mão para eu chegar onde cheguei. É uma pessoa a quem devo tudo, o doutor Thom Erik Syrdahl, um norueguês. Foi ele que me ofereceu a oportunidade de trabalhar em um consultório ‘de ponta’, com equipamentos e materiais de primeiro mundo. Ele me ensinou muita coisa. Dessa parceria profissional virou uma grande amizade.
Hoje, posso falar que tudo o que idealizei para a profissão, eu consegui. São 40 anos de formação, amo o que faço.

RE® – Como Indaiatuba apareceu na sua vida?
Suraya – Tive dois filhos do primeiro casamento. Em fevereiro de 2002, conheci meu segundo marido pela internet, em um bate-papo. Também pai de dois filhos. Começamos a conversar e em setembro do mesmo ano, ele me pediu em casamento. Eu morava em São José dos Campos e tinha uma clínica odontológica, ele era de Valinhos e proprietário de uma indústria que trabalhava com dois setores, o odontológico e o automotivo. Ele me perguntou se gostaria de continuar com a profissão e viemos para Indaiatuba, onde montei a minha clínica e estou até hoje, no mesmo endereço. O nome da clínica é graças ao meu marido, alemão. Quando ainda namorávamos, ele deu essa ideia, pois falava que eu era a estrela da sua vida. Stern é estrela em alemão.

RE® – Como é morar nesta cidade?
Suraya – Eu amo Indaiatuba. Quando cheguei, fui muito bem acolhida. Uma das primeiras pessoas que conheci foi o Aluísio William (presidente do Grupo AWR®). Em São José dos Campos já participava do Rotary Club. Aqui, também participei do Rotary Club Indaiatuba. Hoje não consigo mais me dedicar, devido à falta de tempo. Mas ajudo algumas entidades assistenciais.

RE® – Você tem algum sonho profissional, e pessoal?
Suraya – Os meus sonhos nunca acabam. A vida merece ser vivida. Gostaria de continuar fazendo o que faço, me especializando e atualizando na profissão, sempre ao lado da minha filha Talita, que também é cirurgiã-dentista e meu braço direito na clínica. Sonho pessoal? Só quero a felicidade dos meus filhos e netos.

RE® – Quer deixar algum recado para os leitores?
Suraya – É difícil expor o que queria, mas vou tentar. Peço para que as pessoas nunca deixem de acreditar, tudo na vida tem um propósito. Maktub, está escrito. Tive dois filhos natimortos. O primeiro filho morreu na hora de nascer, fiquei com ele morto um dia na barriga. Tive o segundo filho que nasceu de sete meses. A terceira, cujo nome seria Larissa, acabei tendo uma hemorragia interna na hora de nascer, a perdi. A quarta filha nasceu de seis meses. Então, na minha vida eu deveria ser mãe de quatro filhos. Casei a primeira vez e Deus me deu a oportunidade de me casar de novo, aos 50 anos, me dando um marido maravilhoso e a chance de ter quatro filhos novamente. Isso significa que a vida é simplesmente maravilhosa e que tudo que nos acontece, é para acontecer. Eu sou uma mulher muito feliz. Quando olho para trás, vejo que tenho uma família completa, uma profissão que só me deixa orgulhosa e muitos amigos. O que mais uma pessoa pode querer? É isso que nos faz ser sempre lembrados.

Dra. Suraya Werninghaus em 1954 com 2 anos

Dra. Suraya Werninghaus em 1954 com 2 anos

Primeira comunhão em 1961 em São Vicente

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Colação de grau em 1977, na Unesp em São José dos Campos

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Suraya em sua formatura com os pais, Fidalma e Youssef Chahine

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Suraya Werninghaus com seu marido Ludwig

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Filhos, genros, noras, netos e agregados

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