Cultura

Há quase um ano em Indaiatuba, Padre Paulo fala de acolhimento, fé e trabalho

“Nossa população é de trabalhadores e aposentados, pessoas de fé que vêm de vários lugares do Brasil. Nossa paróquia fica em uma região que concentra muitos migrantes”

Por Luciano Dibalbino • Fotos: Revista Exemplo®

Há quase um ano em Indaiatuba, Padre Paulo Roberto Emiliano, nascido em 25 de janeiro de 1972, na cidade de São José do Rio Pardo, está à frente da Paróquia São Francisco de Assis. Para relatar seu trabalho na comunidade, Padre Paulo falou à Revista Exemplo® e disse que está muito feliz e que foi bem acolhido.
Um de seus momentos marcantes na Paróquia foi a sua Missa de Posse, onde houve grande participação da comunidade. “A missa aconteceu no domingo dia 26 de fevereiro de 2017, e tinha representantes de todas as comunidades. Indaiatuba tem um povo de muita fé, não tenho missas vazias, todas são cheias”, lembra. Sobre sua Paróquia que é formada por seis comunidades, ele diz que o objetivo é colaborar para que os valores de cidadania, fé, solidariedade seja exemplo. Padre Paulo se alegra ao falar da sua rotina e diz que essa é a primeira experiência fora da cidade de Campinas.

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Paróquia São Francisco de Assis
Durante a entrevista Padre Paulo disse que teve várias experiências por onde passou, e que isso faz a diferença na hora de desenvolver trabalho de integração com as comunidades e as sete paróquias existentes na cidade. “Nossa população é de trabalhadores e aposentados, pessoas de fé que vêm de vários lugares do Brasil. Nossa Paróquia fica em uma região que concentra muitos migrantes”, observa. Diante de toda a diversidade, ele ressalta que todo o trabalho é sempre feito juntamente com o diácono, José Francisco. Isso é apontado para o fortalecimento dos Conselhos de cada comunidade, e do Conselho Paroquial.
Sobre a diversidade de pessoas e culturas diferentes que Padre Paulo conheceu na sua trajetória, ele diz que é um desafio constante. O Pároco conta que cada Paróquia tem o seu ritmo, e que encara de maneira natural e sempre se esforça para acompanhar e sugerir circunstâncias pastorais dentro das limitações de cada lugar. “Sempre tive experiências novas. Acredito que boas ou ruins, elas nos ajudam a crescer para que as coisas sejam realizadas da melhor maneira. Eu acredito sempre nisso: o Povo vai com o Padre, o Padre vai com o Povo e Juntos vamos com Jesus”, cita.

Tecnologia na Igreja
A Reportagem da Revista Exemplo® questionou o Padre sobre sua visão em relação ao avanço das Mídias Sociais e suas relações com a Igreja no dia a dia. Ele disse que vê como ponto positivo, e que essas ferramentas devem ser usadas para ajudar na divulgação de eventos, entre outros.
Nessa linha ele disse também que aumenta a responsabilidade em fazer com que Meios de Comunicação sejam usados para o bem.
“As mídias nos provocam no sentido de quê, o que não queremos para nós, não façamos com os outros também na mídia. Temos visto que muitas coisas são feitas sem pensar. As pessoas acham que estão no anonimato, então se acham no direito de dizer qualquer coisa, sem a preocupação do respeito. Então, os desafios dos Meios de Comunicação devem ser usados para levar a voz do Evangelho, para que seja reconhecida entre tantas outras”, destaca.
Ele também falou um pouco sobre outras religiões, e disse que todas elas têm mais coisas que as unem, do que separa. “Como igreja católica eu posso dizer que existe o desejo de diálogo. Isso não significa ser igual ao outro, porque isso é impossível, mas deve-se respeitar cada um na sua diferença. Não atacar, não se achar o dono da verdade. Perceber que acima de tudo existem causas humanas. Não devemos deixar de ajudar uma pessoa por conta de credo religioso. Diante da pluralidade religiosa, a nossa conduta sempre foi de respeito e busca de diálogo”, avalia e diz que todas as religiões têm sua identidade, mas que todas devem ter um direcionamento em torno do bem, em torno da vida.

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Papa Francisco
Sobre a condução e ensinamentos do Papa Francisco na Igreja católica, Padre Paulo diz que tudo funciona dentro da uniformidade, que a liturgia que é rezada aqui, é rezada no mundo inteiro. Ele diz que a igreja não reza somente dentro dos templos, ela vai atrás daqueles que estão à margem dela, e que esse é um dos muitos ensinamentos do Papa.
“O Papa pede que sejamos uma igreja de misericórdia, no sentido de que, quem vai ao encontro dessas pessoas, passa a conhecer as necessidades, e ao conhecer as necessidades, não fica parado diante daquilo que se vê. Há que se exercitar isso, para que não se perca a essência do Evangelho, do Cristo que veio para servir e não ser servido”. Ele lembra que o desafio é constante, mas a Igreja pede para que não se perca o referencial que é a mensagem de Jesus. “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância”.

História
Há 16 anos Padre Paulo se ordenava, a data foi 21 de dezembro de 2001, na Catedral Metropolitana de Campinas. Suas influências vieram da religiosidade da família e do aprendizado em rezar com as avós. Começou a trabalhar aos 12 anos e mesmo assim nunca perdeu o vínculo com a Igreja. Sempre conseguiu conciliar a fé e o trabalho. Foram nove anos de formação em Campinas, e nesse tempo trabalhou em várias paróquias, nas cidades de Hortolândia, Sumaré, Campinas e Valinhos. Como Padre, em Campinas, foi Vigário na Paróquia Sagrada Família e Pároco na Paróquia São Geraldo Magela, e depois na Paróquia Sant’Ana, no Distrito de Sousas. Agora atua em Indaiatuba e pretende ficar seis anos. “Na minha vida de Padre tem predominado as bênçãos, formação de pessoas para pastorais, ministérios, abençoar, celebrar, visitar enfermos, tudo isso são maneiras de realizar o ministério”, termina.

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